domingo, abril 16, 2006

A diferença entre ser bom e ser uma...

A propósito de um post anterior, aproveito para deixar aqui uma comparação do estilo "Encontrem as diferenças".

Sobre isto os ingleses diriam: "The difference between good and evil".

Não basta escrevinhar boas novas numa folha de jornal pago com uns escassos reis sujos na banca. O jornalista define-se pelo que escreve e pelos princípios que defende para a sua profissão.

Sem princípios e valores, dificilmente será considerado jornalista (pelo menos por mim). Mas na maioria das vezes é certo que "quem tem ética passa fome".

O que ser: jornalista ou um mercenário?

A resposta é difícil, até porque um jornalista não vive de ar e vento. Estou apenas certo de uma coisa: Os Estados ditos Democráticos (como Portugal), atribuem direitos e deveres nas Constituições da República, definem os jornalistas como um dos principais pilares da sobrevivência do regime, mas não os protegem nem incentivam a existência de bom jornalismo!
E aqui lembro que o jornalista tem direito a protecção social que é o mesmo que dizer que tem direito a salário digno e a um emprego estável. Dito isto, atiro com a precaridade de emprego ou a total ausência do mesmo. O jovens jornalistas ou os licenciados são carne para o mundo dos media comandado pela mão dura da ecónomia: Uma máquina de moer carne - literalmente!
Por outro lado, parece-me reinar a hipocrisia num parlamento (português) onde os deputados vão de férias e se esquecem dos seus deveres e num país que leva ao banco dos réus um jornalista (Manso Preto) para a dita Justiça descobrir as suas fontes. Para os que não sabem, existe algo chamado "sigilo de fontes", pedra basilar da confiança entre os jornalistas e as suas fontes.

O que fazer quando a Polícia Judiciária entra numa redacção de um Jornal – "24 horas", e diz "Mãos para cima, ninguém toca mais nos teclados"? Parece-me a PIDE a fazer censura a mando de um Estado que teme a verdade, o mesmo que diz que precisa de jornalistas – CR.

Eu não sei o que se passa, mas sinto-me tentado a dizer as palavras de um conhecido cantor de Abril: "Que merda!"

3 comentários:

Wordphantom disse...

Caro d.funguhs,em resposta ao comentário:

Não creio que as motivações foram as mesmas ou pelo menos no meus grau. o PÚBLICO não terá pensado na gravura que celebra a páscoa para vender jornais da mesma forma que o "A voz de Azeméis" - isso asseguro-o. Conheço ambas as realidades e por dentro. O jornal nacional quis marcar o dia da páscoa com uma investigação sobre Jesus, que se leu, bem se relembra que é jornalismo investigativo muito recente e polémico.

Quanto ao regional, pf. veja bem a primeira página que se constituiu apenas pela gravura de Jesus Cristo (e não uma pintura de um conceituado pintor o que seria ARTE e não apenas uma imagem religiosa esbatida por aí em tantos sítios. Retomando, a imagem religiosa (e aqui devo-lhe lembrar que o jornalista não deve tomar partido e AQUI isso ACONTECE FACTUALMENTE - RELIGIÃO) ocupa uma boa parte da primeira página a par da enchente de PUBLICIDADE. os restante escassos centimetros são para 3 chamadas breves. Ora a primeira página tem por norma publicidade mas nem tanto ao mar nem tanto à Terra pq um jornal vive da publicidade mas serve para noticiar e isso nunca se pode esquecer. Cadernos de PUB é ve-los no Supermercado, ou na nossa caixa de Correio.

Resumindo: de uma vez só e na primeira página se atentou contra os principios de imparcialidade e se reduziu um jornal a um pasquim comandado por PUB. Isto claro é a minha opinião: O que ali se vê não é jornalismo. Se me Explicar a lenga lenga de que tem de ser assim e porque é regional e tem de sobreviver, meu caro eu ja percebi que salvo algumas honrosas excepções, quem tem ética passa fome.

Mas é por ser assim, por haver sempre quem faça pior e mais barato do que algm que se rege pelos principios e não se vende que o jornalismo está como está.

Retomando: não penso que o PÚBLICO ficou reduzido com a decisão editorial até porque mais uma vez marcou a quadra mas nao apenas o fez por ser o dia que é como o fez porque tinha uma investigação para publicar - ou seja mostra-se trabalho JORNALISTICO.

Imagens alusivas a quadras não se publicam. Publicam se imagens alusivas a noticias, investiações, reportagens e demais trabalhos jornalisticos. Um jornal nao é uma colectânea de imagens alusivas a este ou aquele acontecimento religiosa ou de outro tipo...senão teriamos ainda mais imagens alusivas. Sendo Seco e rigoroso (como tem de ser) lembro-lhe que a Páscoa já não é novidade nenhuma, não é noticia, Jesus já ressuscitou (se é que o fez) há muitos e longos anos e não no dia anterior à publicação do jornal.

Daí a investigação sobre factos desse tempo: NOVIDADE FAZ NOTICIA. PÁSCOA ACONTECE TODOS OS ANOS da mesma forma. PODE SEr relembrada nos jornais mas com algo de novo. Não foi o que o regional fez.

Permita-me que discordo consigo quanto Às diferenças. Elas são abismais.lamentavelmente. já estive/estou de um lado e do outro e sinto-o no dia a dia. Mas espero que a sua opinião venha um dia a ser verdade e a minha mentira...significaria que estavamos bem melhor do que realmente estamos.

Volte Sempre. A sua opiniao como as demais são bem vindas. é da discussão que se faz a luz.

Se nao respondi a alguma das questões, pf relembre-me.

JK disse...

De maneira nenhuma podemos comparar "A voz de Azeméis" ao "Público". Pensemos um pouco:
O público-alvo. A quem se destina "A voz de Azeméis"? Sendo um jornal regional, não é preciso pensar muito para obter a resposta.
A maior parte das pessoas que compram esse tipo de jornais não se baseam somente neles para verem as notícias... fazem-no pelo típico "bairrismo", querem sentir-se mais integrados na comunidade em que estão a viver, e não deixam de comprar os jornais ditos "de referência" para se inteirarem das notícias do mundo.

Outro ponto: O dinheiro e a necessidade dele.
Os jornais regionais não têm a capacidade de se aguentarem economicamente como o os jornais da classe do "Público", porque têm muito menos tiragem, por isso têm de procurar formas de sobreviver, e o resultado... vê-se.. primeiras páginas que mais se parecem com a primeira página da DICA.
Mas não os podemos censurar... a questão, vista por eles, é uma: Dar "a montra" do jornal à publicidade e aos temas que chamarão mais a atenção da populaça (beatas incluídas) ou fazer o que é visto aos olhos dos defensores do jornalismo como correcto e íntegro... e fechar passado um mês, por não ter dinheiro?

No que concerne à qualidade, é injusto estarmos a rotular "Jornais regionais - Amadorismo bacoco" e "Jornais de referência - Profissionalismo e ultra-integridade jornalística".
Há jornalistas bons e há jornalistas maus em ambos os sítios... estão é simplesmente sujeitos às características do meio em que estão inseridos.

E isso da Páscoa... ora, todos sabemos que as coisas que mais vendem, nos jornais e não só, são: Religião, os Crimes (decisões políticas e o cabelo do Paulo Bento incluído nesta temática), Desporto e...

O Sexo também vende...
Seria bonito ver na primeira página do "Público"... "Estreia de 'Matulonas na Praia 3' gera fenómeno de bilheteiras sem precedentes"

Que acham?

Abraço Pedro.

Anónimo disse...

necessario verificar:)