domingo, novembro 01, 2009

Um país sem nojo




E que falta fazia um bom período do dito...

domingo, outubro 25, 2009

Sindicatos dos Traficantes promete Manif no Marquês


"Os jovens estão a consumir menos substâncias ilícitas mas a beber mais álcool".


João Goulão, presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência, ao Jornal de Notícias.
Dizem que os produtores de vinho em Portugal já dão pulos de felicidade. A crise não perdoa ninguém e a droga deve estar a ficar muito mais cara que um bom vinho..

Quando o novo jornalismo mata e o velho jornalista já morreu


Desde finais da década de 80, início da de 90 que a lógica financeira passou a imperar nas empresas. A meta principal é a elevada rentabilidade. Para reduzir os custos, cortou-se no número de empregados e nos salários, deslocalizaram-se serviços e standartizaram-se os procedimentos. A introdução da gestão por objectivos gerou enorme competitividade, quebra das relações, programas de mobilidade e de reconversão profissional. Os problemas de stresse e de depressão ligados ao trabalho atingiram níveis nunca antes conhecidos.

Resposta à pergunta "O que está na origem da onda de suicídios associados a stress laboral em França"? Em Entrevista a Paul Moreira, jornalista e co-autor do livro "travailler à en mourir" sobre suicídios por stress laboral.

Há poucos dias, dizia-me um "velho jornalista" que já não existem jornalista, que agora são todos "conteúdista", produtores de conteúdo pretendia ele dizer com uma expressão cómica que resume o drama da profissão. Hoje quase não se escrevem nem se dão notícias, hoje fazem-se histórias sempre bem recheadas dia após dia pelo contar de episódios que alimenta mas audiências e vendas de jornais. Quem nunca ouviu a expressão da moda "temos de ter alguma coisa sobre isso"?... mesmo que "isso" seja uma história que nasceu há meses e morreu há anos, mesmo antes de ter tido algum interesse jornalístico a bem da comunidade das vendas em banca.

Triste história que o mundo hoje conta do jornalismo, aquele que antes contava as histórias do mundo. Há um vampirismo incessante onde o dinheiro é sangue, a parte de alguns projectos que sem descurar o negócio conservam algum respeito pelo contar de histórias. E nisto embarcam muito "bons" jornalistas aliciados a bom peso de euros ou dólares. Numa dinâmica de notas onde os milhares são tantos que se esquecem dos princípios mais básicos das coisas que começaram por almejar fazer quando eram simples estagiários ou nem isso... Muitos que embarcam no assédio laboral diários dos colegas que transforma os dias num inferno.

Mas o Inferno de uns, dos que nunca lá quiseram bater à porta, dura um dia. Os que o provocam com eles se arranjam quando o palácio vermelho soltar o animal bem delgado e cornudo...esse paraíso dura uma eternidade.

sábado, outubro 10, 2009

O PÚBLICO está a MUDAR?

CAPA de HOJE

quinta-feira, agosto 27, 2009

Ninguém pára o FC Porto...nem os repórteres atropelados


Esta história tem um je ne se qua de Despe e Siga, ou Soma e Segue...talvez Atropela e Anda, quiça Foge com o Prego a Fundo. Primeiro, a declaração de intenções: sou portista. Segundo, o atestado médico: não sou cego.

Na terça-feira, o julgamento que opõe o Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa e a dona Carolina Salgado - entre outros parentes avulsos, nos quais se conta o motorista do "Sr. Presidente", Afonso Ribeiro - ficou marcado por mais um episódio triste. Daqueles que já são a tradição, como que recalcada, destes encontros e desencontros de amor e justiça. Se bem que, desta vez, foi uma tradição "atropelada".

À saída do Tribunal de São João Novo, no Porto, e já com Pinto da Costa, o assessor de imprensa e uma advogada no carro (a carroça ia cheia), Afonso resolve levar um fotógrafo pelo ar. Dizem que a atmosfera estava recheada de sal nesse dia e o astuto motorista com aspirações a cientista -não era a segurança? - resolveu experimentar a lei da gravidade. Não querendo fornecer o próprio coiro, para a manifesta experiência biólogo-aeronáutica, ávido empacotou o fotojornalista do JN, para uma benemérita oferenda aos Deuses em tamanho real...e humano.

O repórter fotografava a saída de Carolina, ladeada pela advogada e por um rebanho de polícias, quando se imaginou apertado pelo carro do Sr. Presidente. Não bastasse o sonho, surgiu a realidade tão pura e tão dura quanto a lateral e o retrovisor do carro de luxo. Uma bela pancada depois e, por pouco, quase viu diminuído o universo dos fotojornalistas deste belo quadrado lusitano. Afinal, menos um pé....que podia ter sido uma cabeça debaixo do carro. Sorte, os Deuses estarem virados para aquele lado, a bufar que nem loucos. Seria a Nortada?

O bonacheirão e bom polícia ávido por apanhar os miliantes condutores e pseudo-condutores - que não lograram parar - corre rua abaixo e sopra no apito ao mesmo tempo que bate desesperadamente no carro mandando-o parar. Não interessa para aqui - ou talvez interesse - a PSP havia depois de dizer que afinal a ordem não foi explicita. O chefe devia ter sacado do cacete e partido um dos vidros à escolha na sua roda da sorte pessoal. Depois queria ver quem ousava dizer que não tinha sido bem explicito, quem sabe até pornográfico na ordem. "Polícia sadomaso parte vidro de Pinto da Costa e apanha o motorista que atropelou jornalista e quase fugiu não fosse a ordem de paragem explicita"?

Adiante, um dia depois do encobrimento institucional, a PSP haveria de dar o dito por não dito dizendo que afinal a ordem teria sido bem percebida. O FC Porto defende que Afonso, nem nenhum dos ocupantes se apercebeu do atropelamento de um tipo com uma máquina e de lhe passar por cima do membro inferior com cinco grandes e valentes dedos. Seria um turista japonês? O mesmo clube voltava à carga noutra informação a dizer que todas as notícias sobre o (alegado) atropelamento eram tentativas de intoxicação pública - eu cá pus a máscara anti vespas e abelhas e mesmo assim a coisa entrou-me pelos olhos - e que afinal os repórteres é que atropelam o civismo e as leis da sinalética. Boa, boa escolha de palavras!

Portanto, o tipo que ficou esticado é que atropelou algo ou alguém. É identifica-lo e leva-lo à justiça. Eu defendo a prisão preventiva imediata e eterna desse grande criminoso que trabalha num jornal e ousa informar o mundo através de imagens e que para isso se atreveu a pegar numa máquina fotográfica. Ai o gajo!!!

À parte o humor, isto tudo aconteceu sem grande margem para dúvidas num país democrático onde os discursos inflamados dos que defendem os oprimidos e, neste caso, feridos são vistos como enviesados. Isto tudo à porta de um tribunal ( a casa máxima da justiça) recheado de polícias ( o braço-mor da prevenção).

E assim vai o país que não morre, mas dorme torpe às mãos de políticos que esperam o seu merecido lugar numa caderneta de cromos.

sexta-feira, junho 26, 2009

Michael Jackson: o Rei negro da Pop branca


Tinha 50 anos, mas a idade parecia nunca ter passado por ele. Antes um devaneio de bizarrias que o extinguiram do fogo fátuo das super estrelas da musica mundial - que os anos 80 bem souberam criar - e onde sempre mereceu estar. Deixou-nos branco, apesar da vida o ter erguido negro em passos de arte no palco.

Michael Jackson não era um artista, mas antes um personificar universal da arte individual que semeou qual mágico na música. Aproveitou bem - talvez sem nunca ter percebido - o mistério de uma época onde a voz era o elogio supremo. Nasceu como um voz limpida, delicada...às vezes demasiado meiga para um homem que chegou aos 50. E ainda agora dizer homem soa grotesco, desfasado. Ainda mais quando se ouve, nítida, a sua voz.

Há doze anos que não se mostrava num concerto só dele. A pele tinha-se feito mais cálida - não se sabe se por doença se de propósito - e o músico deixou-se envenenar em bizarrias sem sentido. Michael era contudo, e será sempre, um estrela cadente da Pop, senão o seu rei supremo como os jornais se apressam a vaticinar. A loucura desmedida e obscura da sua última década não matou o música, o actor de passos subtis e impressionamente perfeitos em palco. Nunca ninguém conseguirá matar o cantor, nem ele próprio, apesar de se ter esforçado terrivelmente.

Escândalos de pedofilia, de bizarria e de má gestão de finanças... "I'm gone make a change for once in my life".... o verso da subtil melodia provoca o mais animalesco dos homens...Michael morreu criança. Talvez, quem sabe, sempre quis mudar o mundo, começando por ele. Escolheu a mais dura tarefa: mudar-se, por completo, para um corpo estranho, mantendo o nome e a magia do ser que lhe antecedeu em berço. Começou cedo a mostrar os dotes, militarmente cultivados pelo pai. Alcançou a ribalta, o estrelato, a fama e engoliu o mundo em conquista musical....tudo isso não chegava, queria ser branco...

Será o mais racista dos homens negros? A experiência ensina que talvez fosse o mais frágil de todos nós...um igual ser fraco. O Rei negro foi criado pela Pop branca...e de imediato quis ser igual aos seus súbditos, aproveitando para se esquivar em cor ao pai...que terá odiado tando quanto amou. A adolescência que cedo perdeu, conquistou tarde, no final da vida, num excentricidade alienigena. Quem pode dizer que não tinha direito a ela, senão desde sempre, pelo menos agora? A bizarria e o descuido, o gesto menos cuidado, a palavra menos medida tinham um nome: adolescência. Finalmente o menino, homem forçado a crescer desde tenra idade.

E por isso, o mundo esquecerá o bizarro da vida de Michael Jackson. Para sempre ficará Billie Jean, Bad e Thriller.... Michael Jackson morreu ontem a tentar voltar ao palco. Com 50 anos era o mesmo miúdo ingénuo, mas enérgico que em 1971 se iluminou nos Jackson 5.

sábado, maio 09, 2009

i Num instante tudo Muda



....i Num instante tudo muda...

Um pequeno e assaz esboçar de dentes no fim é sempre bem melhor do que uma tremenda gargalhada inicial que acaba por morrer na praia.

quinta-feira, abril 09, 2009

Jornalistas: "Todo o mundo vai um circo"



Todos menos eu

Por outras Palavras

"Começo a ficar inquieto. Há 40 anos a escrever em jornais e nunca ninguém me processou. É uma nódoa no meu currículo e, nos tempos que correm - em que qualquer estagiário, mal tira o casaco e se senta pela primeira vez à secretária, já está a ser processado e com termo de identidade e residência - uma discriminação afrontosa e desprestigiante.
Os outros jornalistas olham-me de soslaio e (ou será impressão minha?) mudam de assunto quando me aproximo. Mesmo agora que, contra minha vontade, tanto escrevo sobre política e susceptibilidades afins, pois que, chamando em meu socorro por Santa Szymborska, "a época é política" e "o que dizes tem ressonância,/ o que calas tem peso/de uma forma ou outra - político./ Mesmo caminhando contra o vento/ dás passos políticos/ sobre solo político", continuo inexplicavelmente por processar e nenhum dos políticos meus conhecidos cortou comigo. Como na canção de Maria Bethânia, "todo o mundo vai ao circo / menos eu, menos eu" e "fico de fora escutando a gargalhada". Pondero por isso, em defesa do meu bom nome profissional, passar a processar quem não me processar."

Manuel António Pina

Sem olhar de soslaio para o artigo de opinião publicado por Manuel António Pina no JN, é preciso diferenciar os vários ratos na barcança antes que saltem borda fora. Não julgo ser necessário afogar todos de uma só vez. Até porque há aqueles que coleccionam processos no âmbito dos seus artigos inevitalmente relacionados com a área da justiça e da polícia e outros que coleccionam (vendem) notícias (será textos vomitados?) sem olhar a meios e a...processos.
Há, portanto, jornalistas e...atiradores furtivos, quem sabe, mercenários. O jornalismo de investigação em Portugal quase não existe, mas verifica-se pontualmente, graças a uns poucos teimosos que vão resistindo à pressão do tempo. Os jornais querem tudo..já, imediatamente, uns quantos caracteres para preencher um espaço em branco. É normal que um jornalista que escreva algo sobre um crime venha mais tarde a ser inquirido pelas autoridades e, por consequência, ficar com termo de indentidade e residência, porquanto é condição necessária para ficar com estatuto de arguido e ser ouvido...se quiser falar.

Agora, como citou, é verdade que todo o mundo vai um circo. Cada um tenta fornicar (leia-se competir, mas as vezes o termo não chega) o próximo e nessa demanda acabam por dar como verdades o que não era bem certo...a invenção tem um custo, chama-se "Processo". Eu já pousei o meu casaco..

Gran Torino: Eastwood faz parte dos deuses de Hollywood

O filme Gran Torino é uma das obras primas de Clint Eastwood. A última em que entra como actor. É, sem dúvida, um dos melhores, senão o melhor filme que vi nos últimos tempos. Na pele de veterano de guerra da Coreia, a personagem de Eastwood refaz a vida - eu diria vê quem realmente é - com os seus novos vizinhos, hmongs, que mais se parecem com os "chinocas" que matou sem dó na guerra. Foi essa mesma guerra que o marcou e que o envolveu numa capa de pseudo insensibilidade que é afinal um cicatriz em alguém que cristalizou os seus sentimentos para sempre.

Gran Torino é a subida ao cume de Eastwood, quem sabe a sua verdadeira obra prima. Uma película que tudo tem de norte-americano, mas que nada tem da prosaica e já mais que batida forma de contar histórias à velha maneira de hollywood. Não é um filme de histerismo ou de acção popularucha. Desenrola uma história - com grandes lições sobre princípios já esquecidos, mas basilares - ora séria ora comediante ...com belas tiradas de humor seco, incisivo e inteligente.

Gran Torino é um filme que nos dá a volta...Eastwood é um actor de sublime trato...um homem que soube envelhecer nos ecrans. No fim, a personagem de Eastwood morre numa entrega total e em nome da amizade e de princípios. Poucos o farão hoje...

Não é apenas a personagem que parece "morrer". Com o último filme em que contracena, Eastwood diz adeus às câmaras, sem fogo de artificio e champagne...cantando a sóbria música Grand Torino..

Há poucas pessoas que conseguem chegar ao "cume da vida" respeitando sempre cada degrau, sem histeria e com a descrição apropriada. É essa caminhada e essa sobriedade que, porventura, despontam uma lágrima aos primeiros acordes da melodia cantarolada por Eastwood..


domingo, abril 05, 2009

albertocosta@freeport.com: foi demitido há 21 anos por pressionar juiz, mas deixou-se disso...

O ministro da Justiça, Alberto Costa, que aparece no centro das alegadas pressões no Caso Freeport tem, afinal, uma nódoa no seu currículo "democrático" que estava algo camuflada. Afinal, o homem que nega peremptoriamente qualquer pressão para arquivar o inquérito, já foi demitido há 21 anos do cargo de director da Justiça em Macau suspeito de ter pressionado um juiz, segundo uma notícia do jornal Público.

Em 1988, Costa deixou o cargo na administração de Macau no meio de suspeitas de pressões sobre o juiz José Manuel Celeiro no caso do escândalo da televisão de Macau, TDM.

A leveza do jazz



Fui ao Jazz n'Gaia 2009 este fim-de-semana. Aproveitei para conhecer sons com que nem sempre sonhamos, mas que quando menos esperamos, nos surpreendem pela leveza e mestria irreverente...às vezes adocicadamente experiente em certas notas do Jazz. Com a vida vamos aprendendo a olhar para o melhor de tudo. É o caso do Jazz, um estilo onde se revela o prazer humano em notas de música. Na boa companhia, que mo deu a conhecer, foi perfeito. (Obrigado, Loira!)

Uma nota para António Pinho Vargas, génio que descobri no mar das notas e que foi tocando numa série de melodias que subiram ao Olimpo com a música Tom Waits. Outra para Gal Costa, a cantor-musa brasileira que me surpreendeu tanto pela juventude musical ao vivo como pela inusitada inteligência cultural: "Lá no Brasil mudaram as palavras com o acordo ortográfico, mas eu me recuso a mudar a forma como escrevo". Grande Gal Costa.

Haja artistas, escritores e pensadores que falem assim....são eles os intervenientes da lingua , que mudam o português e não simples ministros. A língua de um povo não se altera com uma golpe administrativo...

terça-feira, março 31, 2009

Freeport: Não há pressões, mas há ameaças de...processos disciplinares aos magistrados

O Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, negou hoje em comunicado oficial a existência de pressões na investigação ao Caso Freeport (em relação ao qual o primeiro-ministro José Sócrates tem sido apontado como suspeito de corrupção), como o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público revelou...

Não há pressões, diz Pinto Monteiro, mas há ameaças. O PGR ameaçou o sindicato, que pediu uma reunião de urgência com o Presidente da República, Cavaco Silva, com processos disciplinares...

segunda-feira, março 16, 2009

Crise: Avó americana ensina a poupar nos cozinhados



Vi hoje numa reportagem da RTPN e fiquei tão admirado quanto assustado, pelo que significa e traz de volta à memória. Clara Cannucciari, uma avó norte-americana, que passou pela Grande Depressão de 1929, foi buscar as receitas de culinária que tinha no baú e que a ajudaram a sobreviver a esse período conturbado da história, e resolveu partilha-lhas com o mundo. Afinal de contas, vivemos uma nova crise e muita gente já não tem dinheiro para muita coisa.

Clara tem vários vídeos no YoubTube em que ensina a cozinhar refeições com um orçamento limitado e com um mínimo de ingredientes. Os vídeos, como não poderia deixar de ser no momento que atravessamos, estão a ser um verdadeiro sucesso.

quarta-feira, março 11, 2009

... "Vem comigo para Angola"

A visita do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, foi marcada nos media portugueses por vários fóruns de discussão. A maioria preconizou a aposta e o investimento português em Angola chegando mesmo a sugerir a escolha do país como local de trabalho para os portugueses que não têm emprego. "Angola pode ser a solução para a crise", dizia um comentador.

Um grande desatino e loucura, parece-me. Pelo menos numa altura em que há um regime político musculado em Angola, já para não dizer uma ditadura disfarçada de Democracia. É preciso recordar que a tomada de posse de José Eduardo dos Santos como Presidente da República, aumentaram os níveis de corrupção em Angola. Hoje em dia Angola encontra-se na lista dos países mais corruptos do mundo e com o menor índice de desenvolvimento humano, isto num país com um dos maiores crescimentos económicos do mundo.

Em Angola, não há ainda Liberdade de Imprensa e vários jornalistas estão presos...

E no meio disto recebemos José Eduardo dos Santos com grande pompa...


terça-feira, março 10, 2009

Manuela "Exterminadora Implacável" Leite


A líder do PSD criticou há poucos dias o PS (e o Governo), à margem do Congresso Socialista, por ser um partido que apenas se preocupa com a imagem. «É absolutamente chocante e insultuoso que o PS, num momento de crise, aquilo com que se preocupa é com a imagem», afirmou a líder social-democrata, no discurso que encerrou uma acção de formação promovida pela JSD para jovens quadros da organização.

Ferreira Leite, por outro lado, não tem a mínima preocupação com a imagem. Mas também não era preciso imitar Arnold Schwarzenegger em "O exterminador Implacável"....É um desprezo imagético que por vezes simboliza o maior afecto para com o trabalho. Espero eu que o seja neste caso. A esta altura, já qualquer um seria melhor que o Sócrates...

quinta-feira, março 05, 2009

Vital Moreira renasce das cinzas qual Fénix do PS


"Vital Moreira, troféu de última hora, não me parece capaz de conquistar um só voto".
Baptista-Bastos, escritor e jornalista, "Diário de Notícias", 04-03-2009

Caso para perguntar por onde tem andado o Vital Moreira - politicamente falando - até agora que o PS o foi desenterrar para ser cabeça de lista às Europeias...Atentar ao preto e branco da imagem tirada em longos idos tempos na Assembleia da República.

P.S. - Aquele lá atrás é o Carvalhas a puxar de uma "tabacada", em pleno Parlamento?

Carolina Salgado estreia novela no Tribunal de Gaia



A famosa ex-amante de Pinto da Costa, presidente do FC Porto, aka alternadeira de renome está de volta. Desta feita, uma bofetada a Carolina Salgado no exterior do Tribunal de Gaia, que provocou à testemunha um traumatismo parietal, marcou o primeiro dia do julgamento do ‘Apito’ relativo ao jogo Beira-Mar - FC Porto (0-0) de 2003/04, em que são réus Pinto da Costa, o empresário António Araújo e o árbitro Augusto Duarte.

À tarde foi para o hospital e no dia seguinte teve de ir tomar conta dos filhos ao Alentejo. O julgamento ficou adiado. E assim vai a Justiça em Portugal...com um sabor a novela mexicana...

P.S. - Bom golpe!

quarta-feira, março 04, 2009

Jornalistas em greve pela Liberdade em Portugal

"Apresente vaga de despedimentos na Controlinveste (Global Notícias Publicações/Jornalinveste Comunicação) atinge 119 trabalhadores do Jornal de Notícias, Diário de Notícias, 24 Horas, O Jogo. Esta sangria representa à volta de 12% dos efectivos do Grupo. Correm rumores de que outras vagas estarão a formar-se no conforto dos gabinetes. Os jornalistas constituem mais de 60% dos desvinculados, friamente descartados. O outro contingente integra funcionários das áreas de recursos humanos, contabilidade e informática. Esta “redução” não tem cobertura da “crise global”. Não quer dizer que não se tenha definido o momento. Um bom guarda-chuva vem a calhar quando se faz correr “sangue, suor e lágrimas”. Mas só com uma dose de ficção científica este drama se encobrirá com “produtos tóxicos” bolsistas e apenas poderá acobertar-se parcialmente sob a capa da contracção da actividade económica nacional e geral. A janela de oportunidade tem mais a ver com a entrada em vigor do Estatuto do Jornalista e do Código Laboral, que acorrentam os profissionais a um sem número de “trabalhos forçados”. No que concerne ao Novo Estatuto, o jornalista foi consagrado, pela Força da Lei, como “topa-a-tudo”, “tapa-furos”, “tapa-buracos”, “blackand-decker” ou ogiva de cabeça múltipla das omnipotentes entidades multimédia." in Manifesto dos 119, personalidades do Norte em Defesa do JN, DN, 24horas e O Jogo.

Um terço dos jornalistas dos jornais acima mencionados fez hoje greve de 24horas contra os despedimentos no Grupo Controlinveste. A crise é apenas uma desculpa. As alterações ao Estatuto do Jornalista tendem para a desvalorização e escravidão do profissionais e dos meios de comunicação social.

Hoje são os jornalistas, amanhã são todos. Adormecido povo que não vê por onde começa o ataque do Pensamento Único...Os despedimentos de jornalistas servem para eliminar estrategicamente alguns e calar, sobre o jugo do medo, muitos outros, os restantes que ficam.

Os tipos que fazem os jornais que os cidadãos lêem todos os dias, estão obviamente muito preocupados com a falta de salário ao final dos mês. Quem não estaria? A diferença é que esses mesmos tipos trabalham para contar ao país o que alguns não querem que o país saiba...os mesmos "alguns" que querem capitalizar pela censura económica....um jornalista precisa de dinheiro ao final do mês, um maquia digna. Não vive de ar e vento e muito menos e apenas do gosto que tem na profissão, apesar de muitos patrões acharem que o prazer profissional basta como salário.

Em tempos o jornalista era conceituado e respeitado, agora quase tem de pedir para ser jornalista. Às vezes mesmo pedinchar... Esta sociedade está uma valente Merda, quando não defende aqueles que a defendem todos os dias em extensas horas de trabalho (e cansaço), muitas mais do que aquelas que os deputados fingem passar na Assembleia da República.

Esta Sociedade vai uma boa merda quando não bate à porta dos políticos para dizer "Basta, não é isto que queremos". Pelo menos, enquanto é tempo...

terça-feira, março 03, 2009

Menina criada por cães só ladra


É o exemplo de que quando o carinho humano falta, os animais não esquecem os princípios mais básicos da sobrevivência.

Uma criança foi encontrada na Rússia por funcionários dos serviços sociais. Quando a mãe, alcoólatra, saia Madina ficava ao encargo de cachorros. E mesmo quando a mãe estava em casa à mesa, a rapariga ficava no chão a disputar a comida com os cães, com quem também aprendeu a gatinhar e a ladrar. As únicas coisas que sabe fazer. Percebe apenas as palavras "sim" e "não".

Os Homens conseguem ser uma escória bem mais animalesca que os animais domesticados...

O "Fascismo" moderno disfarçado de comício


"Sócrates revelou a sua peculiar noção de Estado de Direito: 'Em democracia é o povo quem mais ordena.' Ou seja, o voto popular inocentá-lo-á se o caso Freeport der para o torto."

Carlos Abreu Amorim, "Correio da Manhã", 2-03-2009

José Sócrates está a fazer a mais dura investida política aos órgãos de comunicação social desde a ditadura do Estado Novo, mas por ironia usou o comício do PS para catapultar a sua nova estratégia: ganhar nos votos o que deveria perder (leia-se "ser condenado) pela Justiça. Tantas vezes se queixou de que os julgamentos não se fazem em Praça Pública (nos e pelos media) que agora se senta no lugar de arguido como o grande herói prestes as ser julgado pelos juízes do povo. É aqui que espero que a Justiça Portuguesa venha a ser mais imparcial que a máquina do PS. E que o Povo diga "Não" a um ainda primeiro-ministro, como não se vê há muito, envolvido em tantos escândalos em Portugal.

Escândalos que a brilhante máquina de propaganda socialista sempre conseguiu mitigar, algumas vezes aniquilar do mapa mediático. Merece, por isso, que lhe tirem o chapéu. Mas o Povo não é enganado em tudo durante todo o tempo...contra isso não há Ministro da Propaganda que baste...

Agora José Lello resolveu acusar a TVI de estar a perseguir Sócrates e o PS. Tal como ao jornal Público, acusa a estação de televisão de ser a que mais abusa da Liberdade de Imprensa. A máquina política que está no Poder não sabe conviver com a liberdade democrática e com a livre opinião, menos ainda com a crítica que lhe é feita com factos e provas.

É bom que o zé povinho acorde, porque a cada dia se revela outro novo tique ditatorial de Sócrates que vem mostrar que afinal, não é o tipo que vem pôr em Portugal as coisas no seu devido lugar, mas o Lugar em Estado de Coisa sua..

terça-feira, fevereiro 24, 2009

PSP ressuscita a PIDE e censura livro em 2009


É o mais recente e inusitado acto demonstrativo do regime de Sócrates. A PSP apreendeu, durante este fim-de-semana em Braga, cinco exemplares de um livro que reproduz na capa uma pintura de Gustave Courbet (pintor anarquista francês, 1819-1877) mostrando o sexo de uma mulher.

Primeiro, fonte policial explicou que a polícia confiscou os referidos exemplares na Feira do Livro em Saldo e Últimas Edições por as imagens serem pornográficas e várias crianças se terem interessado pela peça e irem em magote rodear o livro. Isto, após, várias pais - que de certo terão várias qualidades menos o bom senso - terem ido fazer queixa a elementos policiais nas proximidades. A PSP justifica ainda a apreensão como "acto preventivo" para evitar desacatos entre os livreiros e os pais. E as crianças - mencionadas como verdadeiros vândalos do sexo - não?

Isto é no mínimo uma fábula fascista, digna do Portugal do Estado Novo. Algo que pensava já não poder voltar a aparecer, mas quando menos se espera...passo a passo surgem alguns sinais...Pior ainda quando a censura é feita não por determinação superior, mas automaticamente...como livre recreação dos agentes.

No final do episódio triste e já quando o livreiro apresenta queixa contra a PSP, a polícia acaba por determinar a devolução do livro e pede o arquivamento dos autos no Ministério Público.

Quem terá sido a alma governamental que teve vergonha na cara e sussurrou a ordem de devolução? Considerar pornográfica uma imagem de Gustave Courbet digna de ser apreendida pela polícia numa feira é no mínimo ridículo...

É bom que o português abra a pestana...

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

O Baile do Freeport


Júlio Pinto Monteiro, tio de José Sócrates, foi hoje ouvido durante três horas pelo Ministério Público no Tribunal de Cascais. As perguntas visaram a polémica sobre as luvas do caso Freeport que envolve o Primeiro-Ministro e a família. Os seus advogados apressaram-se a assegurar que não é suspeito.

O caricato do momento é que o tio de Sócrates saiu do tribunal com um enorme sorriso e, com um ar absurdamente jocoso, distraiu-se a tirar fotografias aos jornalistas que....lhe tiravam fotografias. A um e a outro, foi dizendo que não gostou de "ver isto e aquilo" nos jornais...e chegou mesmo a dizer a uma jornalista de micro em punho (TVI) que a conhece de algum lado..."Já a vi na TVI", gracejou.

E, enquanto entrava no seu Bentley, foi mesmo ao limite do absurdo...pedindo aos jornalistas para o ajudarem a encontrar o "Napoleão", o seu Bulldog francês que desapareceu de casa há dias...

Não há problema...afinal de contas estamos só a falar de um par de luvas no valor de 4 milhões de euros. Coisa pouca em tempo de crise. Vamos lá procurar o cão senhor procurador da República, não perca tempo a procurar provas contra Sócrates.

A máquina de propaganda socrática não poupa em meios...

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Bush e Paris Hilton em revista pornográfica


George W. Bush e Paris Hilton são duas das personalidades públicas que um sui generis artista britânico resolveu homenagear. Jonathan Yeo resolveu usar recortes de revistas pornográficas para montar os retratos de figuras conhecidas.

Curioso, parece-me um bom lugar para Bush após o seu traumático e demasiado longo reinado nos E.U.A...

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Sócrates: O homem Pinóquio


E-mails revelam conluio e ‘luvas’ - notícia o Jornal Sol

E-mails recebidos pela Freeport ilustram amplamente a corrupção. O Estudo de Impacto Ambiental é o que requer maiores ‘luvas’, designadas por ‘bribery’. Um dos homens-chave português é designado por ‘Pinocchio’. A empresa conhecia por antecipação as decisões políticas.

Alguns excertos dos e-mails trocados:

Gostava de ver o Pinóquio a negar estes factos...

O legislador cozinheiro

"Na verdade, a 'má qualidade' da lei é isso: os interesses ocultos instalados em cada Governo ou maioria política fazem do 'legislador' um mero executor de acertos cozinhados nos bastidores."

Eduardo Dâmaso, "Correio da Manhã", 1-2-2009

sábado, janeiro 31, 2009

Sócrates: o paladino da oratória e do mini-bigode dissimulado

Depois da grande trapalhada com o tio, os ingleses e o primo...agora vem a Mãe-Sócrates! Ganhando 250 euros por ano comprou um casa de luxo a pronto a uma sociedade off-shore, segundo notícia do Correio da Manhã.

Aqui fica um extracto:


"Maria Adelaide de Carvalho Monteiro, a mãe do primeiro-ministro José Sócrates, comprou o apartamento na Rua Braamcamp, em Lisboa, a uma sociedade off-shore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, apurou o Correio da Manhã. Em Novembro de 1998, nove meses depois de José Sócrates se ter mudado para o terceiro andar do prédio Heron Castilho, a mãe do primeiro-ministro adquiria o quarto piso, letra E, com um valor tributável de 44 923 000 escudos – cerca de 224 mil euros –, sem recurso a qualquer empréstimo bancário e auferindo um rendimento anual declarado nas Finanças que foi inferior a 250 euros (50 contos)."

Alguém me diz de que estão à espera os Portugueses? Espero que não seja de mais liquido lubrificante...há limites para tudo.

Não deixem morrer o DN!

O Diário de Notícias tem mais de 100 anos e nunca, como agora, sobre ele pairou a foice final usando desculpa da crise. O fantasma é o mesmo que promete vergar o JN. O Norte e o país não podem ficar em silêncio, a observar o definhar de jornais que se confundem com história de Portugal, um país que ajudaram a fazer.

Manifesto em Defesa do DN - Assinem!

Diário de Notícias
Em defesa de um património com 144 anos

Num difícil momento económico-financeiro, nacional e internacional, são cada vez mais nítidos os indícios de que o grupo Controlinveste está a usar a crise como pretexto para levar a cabo uma reestruturação, longamente pensada, e que conduzirá ao despedimento, sem qualquer tipo de critério explicável, de 122 trabalhadores, dos quais mais de 60 são jornalistas do Diário de Notícias, JN, 24 Horas e O Jogo.

A 11 de Abril de 1975, no calor do pós-Revolução de Abril, o director Luís Barros e o futuro Nobel da Literatura José Saramago alertavam o País: "O DN é importante de mais para que os seus trabalhadores aceitem vê-lo transformar-se em feudo de alguém. Esta Casa precisa de todos e será obra de todos". É pois chegado o momento de não apenas os trabalhadores desta casa, mas a própria sociedade portuguesa sair em defesa de um jornal que não pode perder a sua identidade.

terça-feira, janeiro 27, 2009

Manifesto: Não Calem o JN


O JN está a começar a definhar - a situação é apenas agora nítida para os leitores, apesar de para os profissionais do meio ser clara há vários anos - e um grupo de jornalistas, políticos e figuras do Norte resolveu fazer um Manifesto / Abaixo-assinado para evitar a ruína enquanto é tempo.

O Porto assistiu à morte do Comércio do Porto e do Primeiro de Janeiro em Silêncio. Não pode agora assistir apático à morte do Jornal de Notícias. É tempo de dizer basta!
Assinar a petição on-line.

Há um só jornal de dimensão nacional sedeado fora de Lisboa, o "Jornal de Notícias", resistente último à razia que o tempo e as opções de gestão fizeram na Imprensa da cidade do Porto. Todavia, nunca a precariedade dessa sobrevivência foi tão notória como hoje, sendo tempo de todas as forças vivas da sociedade reclamarem contra o definhamento da identidade de uma instituição centenária que sempre as representou, passo primeiro para a efectiva e irreversível extinção.

Desde sempre duramente penalizado pela integração em grupos de Comunicação Social, pois sempre foi impedido de viver à medida das audiências e dos resultados, o "Jornal de Notícias" tende a ser profundamente descaracterizado pela remodelação que o Grupo Controlinveste encetou, ao lançar um processo de despedimento colectivo que afectou, para já, 122 pessoas em quatro dos títulos de que é proprietário.

São cada vez mais nítidos os indícios de que o referido grupo económico está a usar a crise para levar a cabo uma reestruturação, longamente pensada, que, através da criação de sinergias, destruirá a identidade dos dois jornais centenários de que é proprietário: o JN e o "Diário de Notícias". Se o processo não for travado, os dois jornais, mesmo que mantenham cabeçalhos diferenciados, serão apenas suportes de conteúdos sem alma. A ideia não é nova e, com a concentração dos media e com alterações legislativas feitas à medida, está em pleno curso. É agora prática corrente a figura do "enviado notícias", jornalista de um dos dois títulos em serviço no estrangeiro, que vê a sua reportagem (ipsis verbis) publicada em ambos, ainda ontem concorrentes, mesmo que integrados no mesmo grupo. Foi agora criada, à custa do despedimento de fotojornalistas, uma agência fotográfica cujos membros integrantes trabalharão, indiscriminadamente, para os jornais "Diário de Notícias", "24Horas" e "O Jogo" (o JN entrará logo depois nesse esquema, a primeira grande machadada nas matrizes identitárias das publicações).

O resto virá a seguir. Os jornais do Grupo Controlinveste passarão a ser, não importa se sob uma ou várias marcas, veículos de um pensamento unificado. Pensando apenas em optimização de recursos, descaracterizam-se redacções e nada impedirá, como acabou de suceder no JN com a informação internacional, que secções sejam extintas, uma vez que, nesta visão redutora, um só jornalista chegará para alimentar quantos jornais e páginas da Internet for necessário. A prática que se adivinha está já em curso na informação desportiva, em que JN e "O Jogo" partilham trabalho jornalístico.

Com a solidificação deste assustador processo, será o JN o mais penalizado e, com ele, a cidade do Porto, todo o Norte do país, vastas extensões da região Centro e, por conseguinte, a própria qualidade da democracia portuguesa. Toda esta estratégia está a ser desenhada à distância, integrando-se nela a recuperação, há menos de um ano, do cargo de director-geral de publicações, entregue ao director do "Diário de Notícias". Não importa a qualidade boa ou má dos propósitos, apenas que a estratégia do JN vem sendo traçada por pessoas que desconhecem por completo a história, o papel social, o estilo, os leitores ou os agentes sociais que ao longo de décadas tiveram neste jornal a sua voz.

Cada vez mais, o JN deixará de ser a montra dos problemas e dos anseios de vastas zonas do país (o fecho e o emagrecimento de filiais são paradigmáticos). Com isso, haverá um crescente isolamento de regiões que o centralismo tem colocado cada vez mais na periferia. Com isso, o debate sobre a regionalização será restrito e controlado pelo espírito centralista. Com isso, questões como o peso do Porto e do Norte no Noroeste Peninsular serão menorizadas. Problemas como o da gestão do Aeroporto Francisco Sá Carneiro serão menos discutidos. A progressão da rede de metro do Porto será menos reclamada. O poder local será ainda mais invisível. O empreendedorismo será asfixiado. A vida cultural será ainda mais silenciada. O país exterior à capital será cada vez mais paisagem.

Em sede própria, estão os trabalhadores afectados pelos despedimentos (não apenas jornalistas), muitos deles em situações dramáticas, a lutar pelos direitos que lhes assistem. Aqui, é o jornal que luta pela própria existência. Dentro dos deveres que lhes são impostos, os representantes eleitos pelos jornalistas do "Jornal de Notícias" erguem a voz pela história que lhes cumpre honrar, pedindo que se lhes juntem as vozes de quantos virem na preservação desta identidade uma causa justa.

A cidade do Porto e o Norte assistiram, calados, ao desmantelamento de ícones como "O Primeiro de Janeiro" e "O Comércio do Porto". Quando reclamaram, era tarde. No caso do JN vão ainda tempo de exigir responsabilidade e sensatez. Quando perceber que o fim de tudo foi assim evitado, também o Grupo Controlinveste agradecerá, e é por isso que reclamamos a recuperação urgente do verdadeiro JN. Nacional mas do Porto.

sábado, janeiro 17, 2009

PRESS: Manifesto da vergonha


Escrevo-te esta carta em nome de uma geração de não-jornalistas que à tua se assomou. Não partilhei contigo nenhuma redacção, antes os tribunais, as ruas e os cafés. Conversas trocadas entre a camaradagem e a amizade. Quando soube, há poucos dias, da vaga de despedimentos senti primeiro o alívio por não ser eu, depois um peso nos ombros, a pressão de saber que ao primeiro desentendimento ou outra razão há mais soldados lá fora de caneta para me substituírem e finalmente, tristeza e revolta. Porquê...? Os outros mereceriam igual destaque se os conhecesse de mais próximo, ou antes se fossem igualmente tão verdadeiros no seu âmago.

É em nome de uma geração de jornalistas que não o são que te peço desculpa por aqui estarmos e, para além da crise, termos denegrido o respeito que sei que os “canetas” do teu tempo tinham. Escrevo-te a ti esta carta, porque sei que não há outra pessoa que a poderia ter compreendido e respeitado tanto quanto tu. Há colegas que trabalham ao sol, à chuva, doentes …a rastejar… de muletas. É em nome desta geração que peço perdão. Porque já alinhei – à partida mal quis ser jornalista – num atentado moral aos que cedo já andavam neste mundo…aqui auguro o meu perdão.

No outro dia soube o que o futuro te prenunciava. Bateu forte e apeteceu-me esbofetear todos os cabrões sentados em cadeiras de ouro. Pela filha-da-putice dourada e diária que perpetuam como se fossem senhores da vida nas vidas dos outros em que mandam, cospem e cagam. Mas porque a merda escorre para baixo – assim sempre me ensinaram – também um dia alguém lhes há-de, lá de cima, puxar um bom autoclismo reluzente.

Há pouco fiquei fodido porque esses animais cornudos decidiram despedir mais uns quantos, para, dizem, equilibrar os orçamentos e garantir a sustentabilidade financeira dos jornais…Fiquei com um trato ligeiramente congestionado com substâncias viscosas quando percebi bem de perto o que os cabrões do Governo estão a fazer aos poucos a este país…passo a passo…como o novo Estatuto do Jornalista… cortando a liberdade de imprensa e de expressão com a desculpa do “mercado livre”. Passo a passo, menos um jornalista, menos um fotógrafo, menos um secção a que se muda o nome, menos uma redacção. Vem a agência de fotografia. Todos fotografam para todos…passo a passo, todos escreverão para todos. E os jornais tornar-se-ão indistintos. E esta folha de papel escrita ontem por ti, será igual à escrita por outro nabo de parco salário. Os pontos de vista das notícias serão todos o mesmo e a ditadura voltará plantada pelo poder económico qual flor carnívora e irónica na imprensa, onde devia, afinal, murchar.

E quem perde é o Povo, por quem e para quem afinal trabalhamos. Quando entrei na Faculdade, disse-me um professor que o romantismo havia já acabado no jornalismo, a ideia da missão a cumprir. Mas quando entrei na Faculdade, já havias tu escrito milhões de caracteres de avulsas histórias em despique com esse romantismo.

É em nome desta geração desunida de prosaico esterco dourado envolvido num literato canudo que te baixo a cabeça em sinal de vergonha.