quinta-feira, abril 09, 2009

Gran Torino: Eastwood faz parte dos deuses de Hollywood

O filme Gran Torino é uma das obras primas de Clint Eastwood. A última em que entra como actor. É, sem dúvida, um dos melhores, senão o melhor filme que vi nos últimos tempos. Na pele de veterano de guerra da Coreia, a personagem de Eastwood refaz a vida - eu diria vê quem realmente é - com os seus novos vizinhos, hmongs, que mais se parecem com os "chinocas" que matou sem dó na guerra. Foi essa mesma guerra que o marcou e que o envolveu numa capa de pseudo insensibilidade que é afinal um cicatriz em alguém que cristalizou os seus sentimentos para sempre.

Gran Torino é a subida ao cume de Eastwood, quem sabe a sua verdadeira obra prima. Uma película que tudo tem de norte-americano, mas que nada tem da prosaica e já mais que batida forma de contar histórias à velha maneira de hollywood. Não é um filme de histerismo ou de acção popularucha. Desenrola uma história - com grandes lições sobre princípios já esquecidos, mas basilares - ora séria ora comediante ...com belas tiradas de humor seco, incisivo e inteligente.

Gran Torino é um filme que nos dá a volta...Eastwood é um actor de sublime trato...um homem que soube envelhecer nos ecrans. No fim, a personagem de Eastwood morre numa entrega total e em nome da amizade e de princípios. Poucos o farão hoje...

Não é apenas a personagem que parece "morrer". Com o último filme em que contracena, Eastwood diz adeus às câmaras, sem fogo de artificio e champagne...cantando a sóbria música Grand Torino..

Há poucas pessoas que conseguem chegar ao "cume da vida" respeitando sempre cada degrau, sem histeria e com a descrição apropriada. É essa caminhada e essa sobriedade que, porventura, despontam uma lágrima aos primeiros acordes da melodia cantarolada por Eastwood..


2 comentários:

Artlover disse...

Estas legendas estão piores que o valha-me Deus!

Artlover disse...

O melhor do filme foi a companhia!