segunda-feira, janeiro 29, 2007

Frase do Aborto

"Não há pessoas presas por aborto"

João César das Neves, Professor Universitário
in Sociedade Civil, Canal2

(Actualização)

Referiu ainda que, caso o SIM obtenha a maioria dos votos no refendo e a Assembleia da República legisle nesse sentido, matar um lobo - uma espécie em vias de extinção - será, à luz da lei portuguesa, um crime com maior penalização (no mínimo 3 anos de prisão. Abortar não terá nesse cenário qualquer penalização), do que fazer um aborto de um feto humano.

Quer para os apoiantes do SIM quer para os do Não. Aqui fica uma boa questão. Digam de vossa justiça...

5 comentários:

Sarushka disse...

De facto, a comparação é boa. Tendo em conta a quantidade de pessoas que vão votar NÃO, a espécie humana está cada vez mais em risco de se extinguir. Caminha para lá a passos largos, tal como o lobo.

Anónimo disse...

Tenho algumas perguntas:

1 - Os filhos resultantes de violações não são humanos?

2 - As mulheres que já abortaram e que vão votar "não" não deveriam entregar-se à polícia?

3 - A verdadeira questão aqui não passa por castigar um comportamento moralmente inaceitável usando, para tal, a imposição repressiva do Estado, como o punha ontem Vital Moreira no Prós e Contras? Devemos encarar o "ter um filho" como um castigo imposto às mulheres que não tiveram acesso à educação sexual / planeamento familiar, ou então cujo preservativo se rompeu na altura exacta, ou mais ainda por serem putas?

Wordphantom disse...

Obrigado pelo seu comentário, quem quer que seja. As questões que coloca são pertinentes.

1 - São tão humanos quantos os resultantes de relações consentidas.

2 - Pessoalmente, não defendo, no actual momento, que uma mulher deva ser penalizada com pena de prisão quer tenha abortado sendo agora defensora do "Não" ou do "Sim".

3 - Em relação a qualquer comportamento moralmente inaceitável por todos,a Lei, por consequência, não o pode aceitar. No debate a que se refere não vi uma única pessoa a dizer que é a favor do aborto, mas pelo "Sim" à questão do referendo. Dá que pensar que se estão a misturar coisas e a tentar resolver um ou vários problemas da forma mais fácil e contornando toda a questão de base.

Contudo percebo o que o Dr. Vital Moreira explicou.

Eu diria que o Estado é que tem de ser castigado pelos casos de mulheres ( e homens) que não tiveram e não têm acesso à educação sexual e ao planeamento familiar, sendo pressionado pelos portugueses a adoptar mais e melhores medidas, em vez de andar a tapar o sol com a peneira. Quanto ao preservativo que rompe, suponho que sabe que existe uma "pilula do dia seguinte" de venda livre à venda nas fármácias, quem sabe agora em supermercados.

Tratando-se de uma "puta" como tão vernaculamente e bem referiu, coibo-me de comentar.

Manelito disse...

Não é preciso romper-se o preservativo. Nem a pílula é 100% eficaz...

Acho muito bem que se preserve raças em vias de extinção, sobretudo quando é o ser humano o causador da sua extinção.

O feto humano, dentro do prazo contemplado no referendo, não é uma espécie em vias de extinção, nem muito menos um ser pensante e/ou agonizante com a interrupção da gravidez.

Poderia ter sido uma pessoa, tal como o filho de um violador ou um deficiente motor ou mental teriam sido. Mas não teriam, à partida, condições de vir ao mundo e de serem recebidas com carinho e condições de vida condignas.

Contudo, repare-se: o aborto não é a única solução, embora os defensores do "não" façam passar essa imagem da vitória do "sim.

Anónimo disse...

Bem, ainda sou uma simples estudante de Direito... Mas a possibilidade de extinção da raça humana, a meu ver é exagerada, embora eu respeite a opinião de cada um. Quanto ao fato dos filhos oriundos de estupro serem humanos (a pergunta é formulada de forma incorreta), todos sabemos que ele é, pois, um Humano; um ET é que não poderia ser... A questão é a integridade da própria mulher; é fácil falar do aborto quando não se está na pele de quem o sofreu. Se o filho nasce e recebe a repulsa da própria mãe? Por favor, é desumano querer que uma mulher ame o filho fruto de um episódio grotesco de sua vida... É possível, claro que é; mas não esperem isso das mulheres que já passaram por isso... É desumano...