segunda-feira, março 03, 2008

Um sorriso travesso


Quando te conheci tinhas um sorriso hábil
Uma ironia traquina que iluminava o teu rosto
Já maduro e cansado
Descobri em ti a minha origem

Perseverante e teimosa
Doce e malandra
Sabias, conhecedora do povo,
Os factos da Terra

Sem estudos e sem livros
Encontras-te na vida o teu diploma

Percebi-te a teimosia e a dor
O ar buliçoso da desventura
Seguido pela encantada ternura
Em que o último Adeus te tinha

Voltas-te para onde sempre havias estado
Já não há maleita que traga no corpo
E de novo recuperaste o folgor jovem
E o sorriso travesso

Viverei eterno e grato pelo que me mostraste
Sem nunca me teres ensinado
Até sempre, Avó

1 comentários:

sa.ra disse...

Muito bonito.
Tão terno

Abraço
Feliz fim-de-semana