domingo, maio 28, 2006

Timor existe. O Mundo esquece...


Sei que já não escrevo há alguns meses neste espaço. Mas há causas que não pedem satisfações ao escritor, antes o seu engenho em espalhar a palavra sagrada da verdade e da justiça. Tenho fraca memória para o que não quero. Mas a minha memória não chega para esquecer o que Portugal fez quando se esqueceu de Timor há muitos anos: nada. Tenho o preconceito da paz e da justiça, mas a minha arrogância e possível prepotência não chegam para clamar os que se usam dessa Terra por ela ser rica em algo que agora escasseia: Petróleo.

Tenho Vergonha de ser Português, quando um governo envia uma centena de homens que nem do exército são, ou sendo..são de uma força de segurança nacional, que se cá não faz muito, longe fará menos.

Quantas mais pessoas terão de sucumbir ao sofrimento, quantos terão de morrer, quantas crianças terão de ser esquecidas à dor de uma lágrima mortal, mas de silêncio... militares perdidos entre jogos geopolíticos e jornalistas esquecidos entre palavras de poeta e de verdade. Há gente que já devia ser gente há mais tempo. Há tempo neste país que devia erguer-se em vontade de justiça.

Não há petróleo neste mundo que julgue os homens da razão por há mais de vinte anos se terem esquecido de Timor, mas Timor faz-nos lembrar outra vez que existe.

Fora dos jogos políticos, dos fatos de senhor conhecido, das fardas de militar, dos microfones e jornais…existe uma terra por respeitar e entre a vã glória da vida e da razão da existência vós não a reconheceis. É por isso que ela existe assim….

Lavam-se os olhos, nega-se o beijo
Do Labirinto, escolhe-se o mar
No cais Deserto fica o desejo
Da terra quente por conquistar

Nobre soldado, que vens senhor
Por sobre as asas do teu dragão
Beijas os corpos no chão queimado
Nunca serás o nosso perdão

Ai Timor
Calam-se as vozes dos teus avós
Ai Timor
Se outros calam
Cantemos nós

Salgas de ventres, que não tiveste
Ceifando os filhos que não são teus
Nobre soldado nunca sonhaste
Ver uma espada na mão de Deus

Da cruz se faz uma lança em chamas
Que sangra o céu no sol do meio-dia
Do meio dos corpos a mesma lama
Leito final onde o amor nascia

2 comentários:

j. disse...

arrepio me sempre que ouco esta musica envolvida no negro... e sempre o arrepio volta kd penso que muitos preferem nao pensar e fechar os olhos por nao kererem ver «que sangra o céu no sol do meio-dia»..

Anónimo disse...

E "voltaste" para despertar os espiritos mais alheios que não ouvem e não querem sentir...que preferem viver na ilusão de k tudo está bem no "melhor dos mundos possiveis", cm afirma Voltaire.

Continua a escrever "dando socos na boca do estomâgo" daqueles que querem eskecer o passado, fexá-lo numa gaveta como se de um traste velho s tratasse.

Os olhos de quem sente, de quem vive, de quem deseja, n se fexam à noite, quando todos dormem! Os olhos de "kem vê uma espada na mão de Deus" nunca se fexarão*